sábado, 27 de fevereiro de 2016

Como Não Conseguir Uma Promoção No Trabalho

Olá pessoal - tudo bem ? Essa semana quero aproveitar o espaço para contar um pouco mais da parte politica do mundo corporativo e de uma decepção que eu tive com um fato ocorrido.

Para contextualizar voces lembram que eu mudei de emprego e até comentei esse processo aqui no blog, certo ? Neste meu novo emprego (que não é tão novo, pois estou nele há mais de um ano), nós detectamos a necessidade de ter uma pessoa fazendo uma análise critica do nosso orçamento e projeção de despesas futuras, já que a empresa atua muito fortemente com vendas e leilões para entregar o produto em prazo de 3 ou 5 anos; e a nossa economia pode sofrer grandes alterações em prazos como esses.

Tentando pensar mais estrategicamente, começamos a conversar com nosso chefe para estruturarmos uma area com pessoal para acompanhar mais de perto as estratégias de compras de componentes (materia prima para a fabricação do nosso produto); a estrategia de desenvolvimento de fornecedores locais; estrategia de importação frente as possibilidade de alteração de cambio; e também atuar junto ao nosso Departamento de Tecnologia para verificar antecipadamente as mudanças e novos modelos planejados e com isso antecipar a criação de estratégias no departamento de compras.

Menciono bastante o departamento de compras, porque 80% do custo do produto que vendemos está relacionado a compra de componentes; ou seja, basicamente nós "montamos" nosso produto e vendemos ao cliente final. Então, para obter uma boa margem e permitir ao nosso departamento comercial fazer ofertas de venda com preços competitivos, nós precisamos conhecer o custo de aquisição de nossos componentes não somente hoje, mas também ter uma boa previsão de quanto vamos pagar pelo item em prazos de 3 a 5 anos.

Logo que convencemos nosso chefe de que devia existir uma area fazendo este tipo de trabalho, o departamento de recursos humanos (RH) começou a procurar pessoas qualificadas no mercado, sendo que exigiam formação em Engenharia (para ter conhecimento tecnico do produto), experiencia em apuração de custos, orçamento financeiro, experiencia no departamento de compras de grandes insumos, pos graduação em administração ou finanças, minimo de 05 anos de experiencia em posição gerencial, ingles, espanhol, etc...

Obvio que com todas estas exigencias, depois de tres meses nos informaram que nao haviam conseguido encontrar nenhum candidato qualificado para fazer uma entrevista. 

Decidiram então aumentar a oferta salarial e os beneficios para tentar atrair potenciais candidatos. Também não obtiveram bons resultados, pois os candidatos que foram pré-selecionados não obtiveram um bom desempenho na entrevista com os lideres que não são brasileiros. No momento da entrevista em Ingles, a coisa complicou e nenhum candidato conseguiu se destacar.

Decidiram, novamente, aumentar a oferta salarial e beneficios oferecidos - e o cargo se tornou atrativo para uma possivel movimentação interna, pois o salario oferecido estava, em média, 20% acima dos salários das pessoas da mesma posição.

Logo pensei que tinha ali uma oportunidade de aumentar meu salário (e meus aportes) se conseguir assumir essa nova area e ainda poderia ter um destaque para promoções futuras, pois será uma área que terá uma posição estrategica e muito contato com presidencia e executivos da matriz.

Comecei então a mostrar como eu controlo o orçamento e defino as estrategias da minha area (uma das areas dentro de compras) e meu chefe percebeu que somente a minha area tinha os custos sob controle, tinha um orçamento enxuto (muitos dos meus colegas colocavam uma folga enorme nos orçamentos para poder atingir meta e garantir bonus) e uma previsao dos custos para os próximos anos. Também começou a aparecer a aplicação pratica de estrategia de compras, como quando desenvolvi alguns fornecedores locais para componentes criticos em termos de abastecimento, ou ainda, o fato de termos convencido nosso fornecedor da Alemanha a abrir uma empresa no Brasil para nos fornecer diretamente o componente mais caro no orçamento, eliminando assim a exposição cambial pois passei a pagar em moeda local.

Como eu esperava, meu chefe me abordou com o convite para assumir a nova area e implantar essas práticas que tinha estabelecido com a minha equipe para o departamento inteiro. Neste momento fiquei feliz e imaginei o novo salário e os beneficios pois todos os outros executivos sabiam as ofertas que o RH estava fazendo no mercado para atrair profissionais.

Mas sabemos que esse é um jogo perigoso então nao demonstrei a animação e pedi algum tempo para pensar, pois envolveria maiores responsabilidades e teria de conciliar com o mestrado e outras atividades e também valorizei o trabalho da equipe e disse que, caso aceitasse a oferta eu precisaria levar tres dos meus funcionários atuais para essa nova equipe que seria formada.

Pedi então para meu chefe esperar uma semana e conversariamos novamente para tomar uma decisao final. Ele aceitou e então fiquei contente e comecei a planejar na minha cabeça como faria para estruturar a nova area e mostrar um bom trabalho, além de conseguir promover tres dos meus melhores funcionários na equipe atual.

Quando havia passado somente dois dias do prazo que eu pedi, alguns colegas mostravam um comportamente diferente comigo e eu já fiquei "com a pulga atras da orelha". Até que na hora do almoço, um colega de outra area me convidou para almoçar e então me deu os parabens. Eu nao entendi e perguntei o porque dos parabens e ele mencionou que eu iria assumir a nova area estrategica da empresa. Logo pensei - como ele sabe disso ? E ele me contou que todos no departamento dele ja estavam sabendo.

Após o almoço fui então falar com meu chefe. Ele me disse então, na maior cara de pau, que ele ja havia levado a proposta ao presidente da empresa e ele tinha gostado muito da indicação do meu nome e aprovado a criação da nova area e meu nome como executivo desta nova area.

Fiquei chateado porque meu chefe "atropelou" as coisas e eu nao tinha mais a opção de recusar a oferta, já que ele havia aprovado com o presidente. Mas logo lembrei do salário e beneficios que estavam senjdo oferecidos ao mercado e a chateação sumiu.

 Meu chefe começou o discurso padrão sobre oportunidade, sobre crescimento de carreira, sobre como ele se preocupava com a equipe, etc... e logo depois mencionou que assim que possivel, assim que eu começar a entregar bons resultados na nova area ele iria tentar um aumento de salário.

Como é que é ? Ele tinha levado meu nome para o presidente , mas nao tinha levado a aprovação do novo salário? Ou seja, eu terei de fazer o trabalho, ter uma responsabilidade ainda maior, e ele nao aprovou um salário que ja estava sendo oferecido para qualquer um que fosse contratado ?

Nessa hora senti não só a chateação mas muita raiva também. O jogo dele ficou claro - ele levou meu nome para o presidente pois sabia que se ele aprovasse eu nao teria como recusar; pois teria de explicar ao presidente o porque eu nao queria uma "oportunidade" como aquela e ficaria queimado parecendo ser um executivo que nao quer novas responsabilidades e que está acomodado. Com isso, ele nao levou a aprovação do meu aumento e conseguiu fazer uma media com a presidencia e RH, criando uma nova area sem custos adicionais ao orçamento da empresa.

Como nao adianta de forma nenhuma voce entrar em uma discussão direta sobre coisas que ja estão decididas; eu decidi aguardar o anuncio formal da minha "promoção".

Assim que foi anunciado eu fui falar com o presidente e chamei ele para tomar um café, pois seria uma boa oportunidade de conversar e eu saber diretamente dele o que ele esperava da nova area. Durante o café, na medida que ele foi falando da nova area e de como seria muito importante essa função para a empresa, eu aproveitei e disse que exatamente devido a importancia da area e pelo fato de trabalhar envolvendo diversos departamentos, o ideal seria que esta nova area reportasse diretamente ao presidente. Ele adorou a ideia e aprovou naquele mesmo momento.

Desta forma, eu pelo menos garanti que os bons resultados que eu pretendo entregar, serão reportados diretamente ao presidente, e meu antigo chefe nao vai ficar com as "glórias"para ele. 

Foi muito legal quando anunciaram essa mudança e eu fiquei olhando para a cara do meu antigo chefe e percebi ele morrendo de raiva. Ele veio falar comigo depois e perguntou como aquilo tinha acontecido e eu falei que ele tinha vendido a ideia tão bem para o presidente que ele enxergou a posição estrategica e decidiu criar esta nova area reportando diretamente para ele. O meu antigo chefe quase morreu de raiva naquela hora.

Eu fiquei sem meu aumento, mas ele também ficou sem a opção de mostrar resultados usando o meu trabalho. Provavelmente eu consigo meu aumento ainda esse ano, cao consiga mostrar bons resultados, mas ele agora será somente cobrado pelas estrategias que o time dele nao desenvolve e eu serei o cara que ira apontar os erros - além disso, consegui trazer nao somente tres mas cinco dos meus antigos funcionários, com aumento de salário para tres deles.

Então, esta é uma lição para todos de como não conseguir uma promoção e de como as coisas acontecem no mundo corporativo.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

Atualização Patrimonial - JAN/16

Olá Pessoal - tudo bem ? Lá vamos nós ao primeiro fechamento e atualização patrimonial no ano de 2016 - mas antes disso, acho interessante repassar brevemente os ultimos acontecimentos. 

Neste mes estive ausente do blog devido a uma viagem profissional que fiz para Espanha. Estas viagens são interessantes pois é um momento onde podemos conhecer a cultura e os costumes de outros paises. É uma oportunidade também de explorar como é a estrutura do pais, os impostos cobrados, os serviços oferecidos, questões trabalhistas e salariais, mercado de trabalho, opções de lazer, mobilidade, turismo, culinária, idioma, politica, história, etc...

Para quem está planejando morar em outro país é uma excelente oportunidade de levantar informações "in loco" e conseguir ter uma visão mais aproximada da realidade de outro país. No caso da Espanha, estamos falando de um pais com uma diversidade cultural imensa e, podemos dizer com uma boa dose de certeza de que trata-se de vários países dentro de um unico país. Eu pretendo falar um pouco mais sobre essa viagem em um post futuro; alias estou devendo atualizações sobre os lugares que tive oportunidade de conhecer, até para poder contribuir com um pouco mais de informação para aqueles que pretendem deixar a Terra Brasilis. Em breve, farei uma serie de postagens sobre os lugares que tive oportunidade de conhecer e tentarei colocar informações sobre o estilo de vida em cada um deles - apenas precisarei de um pouco mais de tempo porque as atividades do mestrado também estão a todo vapor e é preciso um pouco de malabarismo para conseguir equilibrar todas as coisas que tenho de fazer.

Ainda no campo profissional, é possivel que a empresa onde trabalho seja adquirida por uma outra empresa. Esses processos de fusão e aquisição sempre traz uma instabilidade adicional e muitos estão com medo de perder seus empregos. Claro que também tenho um receio, mas o fato de ter algum dinheiro investido me tranquiliza um pouco mais do que alguns colegas que estão altamente endividados. Neste momento, entendo que esta fusão deve mesmo ocorrer, mas o maior impacto deve ocorrer na Europa e em alguns cargos mais altos onde fatalmente haverá cortes devido a sobreposiçaõ de funções entre as duas empresas. No caso do Brasil, apenas a empresa onde eu trabalhob tem uma estrutura formada (e por isso mesmo a outra empresa quer adquirir as operações) e nao deve existir maiores impactos a não ser o de começar a trabalhar com outra cultura e ter de fazer todo o processo de adaptação e de mostrar resultados novamente para "criar" uma imagem profissional e uma identidade dentro da empresa. Apesar de esta atividade ser muito chata e com alto nivel de stress; infelizmente no mundo politico que vivemos nas empresas, ela é altamente necessária. O camarada que não consegue criar uma imagem profissional positiva, pode até sobreviver no mundo corporativo, mas sempre estará correndo riscos em momento de crise.

Mas, chega de falar de mundo corporativo e vamos então ao fechamento e atualização patrimonial de Jan/16:

1 - Poupança:


Sigo mantendo a minha reserva de R$10.000,00 - que atualmente corresponde a 4 meses das minhas despesas, considerando a renda mensal dos FII´s como complemento. Não é o valor ideal, mas como eu tenho direcionado os aportes para Renda Fixa, eu tenho uma reserva adicional em caso de desemprego. 

Além disso, teria também as verbas da rescisão que me manteriam por um periodo aproximado de 12 meses, caso somada a reserva na Poupança e em LFT. Acredito que 12 meses é um bom periodo para se recolocar no mercado e não precisaria mexer nos investimentos ja realizados. E temos também o salário da Sra Executiva Pobre, que hoje é destinado para viagem e despesas com carro; mas que poderia facilmente ser destinado a manutenção e pagamentos das despesas mensais. 

Claro que teriamos de abrir mão das viagens, mas isso é um luxo que hoje praticamos e podemos abrir mão durante o momento de crise. Também como plano alternativo, eu termino o mestrado este ano e poderei passar a dar aulas e ter uma renda complementar.

No final das contas, acredito ter uma boa base para tentar atravessar 2016 acumulando mais patrimonio e criando uma carteira de investimentos mais robusta e seguir firme em busca da Independencia Financeira.


2 - Tesouro Direto:


Este mês eu direcionei o aporte (fruto de uma venda de ações que irei detalhar mais abaixo) para o Tesouro Direto. Eu adquiri mais LFT e também NTN-B Principal 2024. Pretendo manter os aportes nesta modalidade e criar uma carteira composta com 50% de cada um dos dois ativos que pretendo levar até o vencimento. Em 2024, após o vencimento dos titulos e resgate dos mesmos, verificarei para onde direcionarei o patrimonio acumulado, optando talvez por uma modalidade de Renda Fixa que gere fluxo de caixa (como os titulos com pagamento de cupom semestral) para começar a viver uma Semi Independencia Financeira.


3 - FII:


Neste mês, eu utilizei alguns alugueis recebidos em meses anteriores e aproveitei para comprar mais alguns FII´s para equilibrar a carteira. Foram adquiridos mais cotas de PQDP11 / FCFL11 / NSLU11. Como voces podem ver, foi feita a compra de ativos mais defensivos (shopping center, faculdade e hospital). Com essas novas compras devo atingir R$936,00 em aluguel mensal; o que me da um yeld aproximado de 0,93% a.m.


4 - Ações:


Conforme comentei em alguns blogs de colegas, eu desfiz uma posição de investimento em ações. Foi interessante, pois vieram diversas criticas por estar vendendo na baixa, por nao aguentar o sobe e desce da Bolsa, etc... Claro que boa parte das criticas vem por o pessoal nao saber a fundo o que motivou a venda e vou tentar esclarecer isso um pouco melhor como parte do nosso exercicio de trocar informações sobre investimentos na blogosfera. A outra parte das criticas, vem apenas porque as pessoas gostam de criticar e quanto a isso, não há nada que podemos fazer.

Eu encerrei posição em uma empresa que gosto muito (AMBEV) e fiz a venda para dar entrada em um investimento alternativo que estava estudando nos ultimos meses. Eu encerrei essa posição com lucro de 6,3% - o que não é muito; mas acredito que poderei comprar essas ações novamente durante este ano, inclusive por um preço menor. Eu acredito seriamente em uma queda maior da Bolsa e com a oportunidade de fazer este investimento que mencionarei mais adiante, não precisei pensar duas vezes em queimar esta posição e fazer caixa.

Desta forma, a carteira de ações atual é composta de CEMIG / CIELO / CCR / ULTRAPAR. Todas são empresas que me sinto confortável, mas como a AMBEV ainda apresentaria uma venda com lucro (tenho empresas na carteira que apresentam queda de mais de 60%), ela foi a escolhida para "sacrificar" para dar entrada neste novo investimento.


5 - Total:


Este mês a carteira voltou a ter rentabilidade positiva, ainda que não muito alta. A carteira fechou em +0,75%; já fruto de uma maior exposição em Renda Fixa e também a diminuição da carteira de Ações.

Neste momento, também estou diversificando e adquirindo um terreno (lote 10x25) em uma cidade do interior - espero manter este terreno e construir um pequeno ponto comercial nos proximos anos; além de poder utilizar o FGTS daqui dois anos para amortizar / quitar a compra do terreno. 

É neste investimento que foi utilizado parte do dinheiro da venda da AMBEV (a outra parte foi utilizada para compra de titulos do Tesouro Direto) - e minha intenção é poder utilizar este terreno para gerar fluxo de caixa (aluguel comercial); ou até mesmo a venda do mesmo caso eu consiga uma boa proposta. O importante é que poderei utilizar o FGTS para quitar o terreno / construir o imovel comercial; Mas farei isso apenas daqui dois anos, pois ainda preciso verificar como estará a situação economica e o risco de desemprego devido a crise.

Este investimento no terreno irá consumir os aportes até o mes de Julho. O valor recebido em alugueis continuará a ser reinvestido no Tesouro Direto para a formação da carteira. 

Uma ultima novidade (não tão boa assim) é que fui convidado para ser padrinho de casamento do meu primo. Este é um primo muito chegado e temos uma grande amizade (essa é a parte boa); mas ele vai se casar nos USA e o presente provavelmente será comprado em doláres (essa é a parte ruim). Ainda preciso ver qual será o presente para estimar o tamanho do impacto no orçamento. Tentando olhar pelo lado positivo, essa será mais uma oportunidade de conhecer diferentes lugares na Terra do Tio Sam.

Um grande abraço para todos.