quinta-feira, 23 de junho de 2016

Executivo Pobre - Quem Sou Eu ?

Olá Pessoal - tudo bem ? 

Apesar de não estar postando com muita frequencia devido a uma viagem que tive de fazer e também dos compromissos no trabalho e nos estudos, eu venho acompanhando bastante as postagens dos colegas e vi que vários deles fizeram postagens contando um pouco da sua história. Eu achei muito legal eles terem deixado um pouco de lado o medo de perder o anonimato e dividir um pouco mais de informação com o pessoal que nos acompanha. Hoje, por curiosidade, eu verifiquei que tenho uma média de 10.000 acessos por mês no blog !!! Já pensou ??? São mais de 300 pessoas por dia que lêm coisas que eu escrevo (e eu nem tenho tempo para escrever tanto assim), então acho justo que essas pessoas saibam um pouco mais sobre mim, assim como eu também adoraria saber um pouco mais sobre elas.

- Eu sou o filho primogenito de uma familia com três filhos (tenho um irmão e uma irmã). Minha ascendencia paterna é catalã e as tradições familiares sao mantidas até com uma certa rigidez. Sou filho de um pai profissional liberal (comerciante) e minha mãe trabalhou no setor administrativo de uma empresa até o nascimento da minha irmã, depois disso acabou se dedicando a cuidar da casa.

- Devido a sua profissão, meu pai não tem uma renda estável e por este motivo nós tivemos periodos de bonança e periodos de vacas magras. Posso dizer que do meu nascimento até os 10 anos de idade tinhamos uma condição financeira muito boa e dos 10 anos até os meus 25 anos foi uma fase muito dificil, financeiramente falando, devido a uma doença que debilitou bastante meu pai e o impediu de trabalhar e minha mae também teve de ficar cuidando dele. Desta forma, além de não ter rendimentos pois nao conseguia trabalhar, ainda fomos obrigados a dilapidar o patrimonio adquirido para poder sobreviver. Depois desta fase, meu pai se restabeleceu em termos de saude e também se recuperou financeiramente através do seu trabalho e acabou reconstruindo seu patrimonio, não sem muita dificuldade.

- De forma geral, eu tive uma adolescencia sem muitos luxos (devido a condição financeira do meu pai), estudei sempre em escola publica e comecei a trabalhar bem cedo para os padrões atuais - comecei a trabalhar com 14 anos como aprendiz do SENAI. Ainda assim, tenho algumas boas lembranças de amizades que construi e tenho até hoje boas recordações e experiencias como acampamentos com amigos escoteiros, treinamentos e partidas de futebol, empinar pipas, andar de bicicleta e muitas outras brincadeiras.

- Depois que meu pai ficou doente e os medicos recomendaram mudança de cidade para evitar stress e procurar um ambiente mais calmo, eu acabei sofrendo bastante no sentido de preconceito. Como não tinhamos dinheiro, os colegas da escola acabavam me humilhando bastante (principalmente nesta fase que querem impressionar as garotas e acabam usando de crueldade para se impor sobre os demais); e ainda por cima, eu sempre usava roupas mais velhas e nao tinha dinheiro para excursoes, lanches na escola, formaturas, roupas, video game, brinquedos, etc ... 

- Sempre tive facilidade nos estudos, muito graças ao habito de ler que cultivei desde muito cedo. Sempre ganhava revistas em quadrinhos dos meus avós e adorava ler, isso me ajudou muito na escola e nunca tive muitas dificuldades em tirar boas notas e acabava me destacando na turma, o que era mais um motivo para os colegas ficarem pegando no meu pé. 

- Quando fiz 14 anos comecei a trabalhar como menor aprendiz após fazer um curso no SENAI. Comecei como aprendiz de inspetor de qualidade em uma industria metalurgica e isso foi uma verdadeira escola para mim. O ambiente de camaradagem no chão de fabrica é muito grande e voce percebe como é a vida de verdade, os caras dividem até o pao com manteiga, a mistura da marmita, tem muito cara gente boa trabalhando por ai, muita gente antiga que te ensina se voce for uma pessoa humilde e com vontade de aprender. 

- E, claro, tem também muito fdp querendo subir a qualquer preço e puxando o tapete de todo mundo. Ja neste meu estagio tinha um camarada que aprovou um lote de peças não conformes e quando o lote de peças foi rejeitado no cliente ele foi até o relatório de inspeção que ele tinha assinado e jogou fora. Então, ele criou um relatorio novo, colocou valores aprovando as peças e assinou com o meu nome. Só não me compliquei porque olharam o registro de ponto e viram que no dia que o relatório foi feito eu  nao estava na empresa: como eu era menor aprendiz eu trabalhava das 13:00 as 18:00 horas e o relatório tinha sido feito as 11:23 horas (fiquei tão puto que lembro até hoje do horário).

- Quando chegou a época de prestar vestibular, meu pai ainda estava doente e minha familia estava em situação bem dificil (somente eu trabalhava, pois minha mae precisava cuidar do meu pai) a ponto de morarmos de favor em uma casa do meu avô e uma tia nos ajudar com uma cesta básica (nesta época, meu sonho de consumo era poder pedir uma pizza de lombo canadense com catupiry...rsrsrs); então fazer faculdade era uma coisa impensável, mas mesmo assim meu pai e minha fizeram questão que eu prestasse o vestibular. Eu me inscrevi na faculdade publica mais próxima (nao tinha dinheiro para fazer faculdade particular) e para minha surpresa, eu fui aprovado nas primeiras colocações. Me lembro da alegria da minha mae ao ver meu nome no jornal, na lista de aprovados. Ela guarda o jornal até hoje e minha tia que ajudava com a cesta básica também tem um exemplar do jornal guardado. 

- Quando comecei a faculdade vi que a coisa estava mais complicada que eu imaginava pois o fato de trabalhar nao me deixava muito tempo para estudar e eu nao conseguia acompanhar as materias direito. Conversei com os professores, procurei ajuda de monitores, frequentava biblioteca, corri atras de verdade para recuperar o prejuizo e consegui passar nas materias (algumas passei raspando....rsrsrsrs). Arrumei um trabalho para complementar a renda, pois precisava comprar livros, xerox, alimentação, transporte para faculdade, etc.... Fui trabalhar de garçom em um boliche que tinha aberto na cidade e permitia complementar a renda - então eu estudava de manha, trabalhava na empresa no segundo turno até as 22:00 hs e depois ainda tocava no boliche para ganhar uns trocados. Essa foi a epoca mais complicada, pois dormia poucas horas e sempre em periodos curtos de duas horas nos intervalos.

- Quando estava no terceiro ano de faculdade, eu consegui arrumar um estagio na area de Engenharia Mecanica (nao sei se mencionei, mas esse é o curso que eu me graduei) e a bolsa era bem melhor, entao consegui deixar o emprego de garçom e minha carga horaria ficou bem mais acertada. Comecei a trabalhar com projetos, aprendi a desenhar em Autocad e outros softwares de desenho e comecei a me envolver com processos de produção.

- Quando me formei, minha familia voltou para São Paulo (cidade onde nasci e cresci) e eu deixei a empresa onde estava fazendo estagio pois eles nao tinham vaga para me efetivar. Pela primeira vez fiquei desempregado e comecei a procurar emprego. Mandei diversos curriculos, fiz diversas entrevistas, dinamicas e nada. Depois de quatro meses eu ja estava ficando bem desesperado ate que uma empresa me chamou para uma entrevista e a recrutadora foi muito bacana; ela deu varias dicas de como formatar o curriculo, de como colocar palavras-chave, de como mencionar experiencias e resultados, de como explicar experiencias para pessoas que nao sao de areas tecnicas, etc... e me encaminhou para entrevista com o gestor. O gestor era um cara muito legal e simpatizamos logo de cara, eu queria muito trabalhar com ele e falei isso, disse que precisava muito do trabalho mas que alem disso eu tinha simpatizado com ele e seria um prazer trabalhar com um cara bacana e ele me contratou. Até hoje foi o melhor chefe que eu tive e me ensinou muita coisa. 

- Depois de quatro anos nesta empresa, surgiu uma oportunidade em outra empresa (um amigo recebeu uma oferta e depois de tres meses ele também me convidou para ir para lá) para ganhar bem mais do que eu ganhava e eu acabei aceitando. A experiencia foi importando, pois era uma empresa onde só falava ingles (tive um chefe indiano e outro americano; ou seja, ingles 10 horas por dia) e as minhas habilidades no idioma melhoraram muito; além da oportunidade de viajar para outros paises e assumir a coordenação de projetos globais, que sempre ajudam bastante no curriculo. Tambem aproveitei para obter ajuda de custo nesta empresa para fazer um MBA.

- Depois de 08 anos nesta empresa, senti que era o momento de mudar. Meu antigo chefe estava na berlinda (a ponto de ser demitido) e como eu era muito proximo dele, fatalmente eu seria demitido também. Então, decidi me antecipar e voces acompanharam o processo no blog e mudei para uma empresa do setor de energia eolica onde estou ha quase dois anos. Ate o momento as coisas estão favoraveis e estou concluindo o mestrado que vai abrir um pouco mais o leque de oportunidades profissionais.

- Em relação ao lado pessoal, eu sou casado - nao tenho filhos. Casei relativamente novo, quando tinha 25 anos. A Sra Executiva Pobre é uma velha conhecida, as nossas familias se conhecem desde muito antes de a gente nascer (para terem uma ideia, existe uma foto de eu ainda bebe no colo da minha sogra) e minha mae conhece meu sogro desde criança e assim por diante. A Sra Executive Pobre vem de uma familia pobre e também passou por dificuldades financeiras, nao é apegada ao dinheiro e cumpre o nosso orçamento a risca. Ela se formou na area da saude, fez mestrado e acabou de concluir o doutorado. Agora esta aguardando o resultado da bolsa de pos doutorado que se nao for aprovada, provavelmente ela ira lecionar durante um tempo enquanto prepara a documentação para solicitar bolsa para o pos doutorado fora do Brasil.

- O nosso plano daqui para frente como voces sabem é ir acumulando ativos geradores de renda passiva para depender cada vez menos dos respectivos empregos; ir aproveitando as ferias com as merecidas viagens pois conhecer o mundo, diferentes lugares, pessoas e culturas é um objetivo de vida que a independencia financeira ira possibilitar.

Acho que é isso pessoal !!! Tentei mostrar um pouco mais de quem é o Executivo Pobre e um pouco mais da minha trajetoria de vida. Claro que tudo muito resumido, mas ficarei feliz de responder o que voces quiserem saber nos comentarios.

Um grande abraço a todos.

quarta-feira, 1 de junho de 2016

ATUALIZAÇÃO PATRIMONIAL - MAI/16

Bom dia Pessoal:

Novamente um mes muito corrido com muitas coisas acontecendo no trabalho e também na vida pessoal. As novidades no trabalho eu contarei em uma postagem especifica, pois acho que pode servir de alerta para outros colegas que trabalham no mundo corporativo e estão expostos as mesmas armadilhas e efeitos da politica empresarial. Mas, de qualquer forma, ainda comtinuo na mesma função e continuo empregado - então, o momento é de continuar investindo e buscando uma tranquilidade financeira.

Outra noticia corporativa positiva é de que terei de fazer mais uma viagem; mas diferente da ultima viagem que fiz, desta vez terei um pouco mais de tempo para conhecer a cidade, sair para jantar, visitar igrejas e monumentos. Nao terei tanto tempo assim disponivel, pois obviamente tenho compromissos no horario comercial; mas consegui me livrar de jantares de negocio e reuniões fora do horário, por isso poderei passear um pouco após o jantar e conhecer a cidade. Quando voltar dessa viagem que farei em um futuro proximo, eu conto para voces como foi.

Vamos então ao fechamento do mes de Maio:

1 - Poupança:


Sem novidades em relação a Poupança - sigo mantendo minha reserva de emergencia no patamar de R$10K. No final do ano vou verificar a necessidade de modificar este valor, mas por enquanto é algo que me deixa razoavelmente confortável.


2 - Ações:


Este mês eu finalizei mais uma operação em Ações - com a venda de CIEL3 e CCRO3 do meu portfolio. Já estou quase 100% fora do mercado de Ações (apesar de continuar investido em Renda Variável atraves dos FII), sendo que falta somente liquidar a posição em CMIG3. O grande prejuizo que aparece no mes de maio foi fruto da queda na cotação de CEMIG e como estou sem nenhum tipo de diversificação em Ações (ainda que o valor seja baixo), qualquer variação na cotação impacta de forma muito forte no rendimento. Acredito que no proximo mes ja terei liquidado a posição em CEMIG e estarei fora do mercado de ações.


3 - FII:


Mais um mes muito bom para a minha carteira de FII - com rendimento de quase 5%. O rendimento historico também vai muito bem e a renda passiva esta proxima a 0,92% a.m. Esses numeros eu considero muito bons, mas o foco continua na renda passiva - sendo mais importante neste momento a robustez da carteira focando em imoveis com boa previsibilidade (agencias de banco e universidades) e mantendo posição nos escritorios e logistica para aproveitar um momento de recuperação de economia. Na verdade, os imoveis que tenho em carteira vem pagando um bom aluguel mensal, mesmo neste periodo de crise. Continuo bastante satisfeito com esta modalidade de investimento.


4 - Tesouro Direto:


Como voces podem ver, todo o resultado da venda de Ações foi imediatamente reinvestido em Renda Fixa. Comprei NTNB Principal 2024 e uma pequena parte foi usada na compra de LFT, mantendo o meu plano de diversificar carteira e buscar mais estabilidade na renda fixa (aliada as altas taxas de juros do Brasil). Neste mês, o rendimento foi um pouco mais baixo, devido maior exposição a NTNB 2024 e o ajuste da curva de juros futuros, desvalorizando um pouco estes titulos - ainda assim, as LFT´s conseguiram compensar essa queda e ainda trazer um certo "lucro". Ainda tenho mais R$50K para aportar em Renda Fixa para equilibrar a carteira - vamos em frente e aportando no TD.


5 - Total:


Mais um bom mes, com valorização de quase 3% (o rendimento anual e historico também esta muito bom). Os planos para a IF continuam de pé e sendo perseguidos constantemente. Claro que a situação no trabalho vai se complicando (crise e fator politico), mas acredito que nao existe um risco alto de ser mandado embora neste momento (posso estar errado ... rsrsrs). Com essa perspectiva, posso então continuar aportando e como voces viram no post anterior, tenho algo proximo de 43 meses de contas pagas (sem tocar nos investimentos) - isso dá uma certa tranquilidade quanto ao tempo para recolocação no mercado, se isto for necessário. Além disso, tenho o plano do mestrado para poder lecionar e mantenho o networking bem ativo para poder acessar em um momento de necessidade.

Um grande abraço a todos !!!